Série: “OS 4 EVANGELHOS EM 1”
42/52 – O MAL DE GERAÇÕES
Em continuidade ao mesmo texto da semana passada no qual Jesus anuncia seus “ais” para a classe de “mestres da lei e fariseus, hipócritas”... veremos hoje o tratamento que eles e seus antepassados tiveram para com os profetas enviados da parte de Deus. A atitude deles foi considerada tão grave por Jesus a ponto do Mestre, em sua fúria, usar palavras bem pesadas desta vez. Confira todo o contexto em Mateus 23:29-36 e Lucas 11:47-51,53-54. Destaco aqui uma parte:
“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Serpentes! Raça de víboras! Como vocês escaparão da condenação ao inferno? Por isso, Deus disse em sua sabedoria: ‘Eu lhes mandarei profetas e apóstolos, dos quais eles matarão alguns, e a outros perseguirão’.
Por isso, eu lhes estou enviando profetas, sábios e mestres. A uns vocês matarão e crucificarão; a outros açoitarão nas sinagogas de vocês e perseguirão de cidade em cidade.
E, assim, esta geração será considerada responsável pelo sangue de todos os profetas e sobre vocês recairá todo o sangue justo derramado na terra, desde o princípio do mundo: desde o sangue do justo Abel, até o sangue de Zacarias...”
Neste contexto, Jesus se refere aos antepassados destes que para nós, hoje, são os nossos antepassados, e que amanhã, provavelmente, uma nova geração se reportará à nossa nestes mesmos termos. Por que? Porque este é, de fato, um mal de gerações a gerações. É notória a constatação que o povo, de maneira geral, não dá ouvidos às vozes proféticas que Deus sempre levanta de tempos em tempos. A Bíblia explica que “Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.” (Efésios 4:11-15) Amo esta passagem e admiro esta estratégia divina de instrução!
Entretanto, hoje, mais do que nunca talvez, temos inúmeras vozes proféticas, incontáveis mestres, reais ou virtuais, conteúdos riquíssimos de sabedoria e orientações para avançarmos mesmo no nosso conhecimento, desenvolvimento e crescimento espiritual até atingirmos “a medida da plenitude de Cristo”. Mas, infelizmente, este alimento sólido é indigesto para muita gente! Concordo que tem muito produto adulterado e produtores corruptos oferecendo gato por lebre, mas não me refiro a estes falsos mestres e falsos profetas. Quero considerar aqueles verdadeiros “profetas e apóstolos, sábios e mestres” enviados por Deus que estão sendo desprezados. Talvez não visivelmente perseguidos, assassinados e crucificados como no passado, como feito com o próprio Jesus, mas vemos suas mensagens proclamando o Evangelho como sementes lançadas em solos secos e impermeáveis, palavras que, por não serem bem compreendidas e guardadas no coração, são roubadas e perdidas, levadas pelo vento do esquecimento e pelas ondas agitadas do dia a dia.
Vamos reverter este quadro! A começar em mim e em você, vamos ser parte de uma geração que suspira como o salmista: “Ah, quanto amo a tua lei, é a minha meditação dia e noite!” Vamos com sede na fonte, vamos com fome da Palavra. Vamos buscar e achar palavras de vida eterna que só tem em Jesus! E achando, e se enchendo delas, vamos transbordar, contagiar, sermos nós os “profetas e apóstolos, sábios e mestres” enviados e inspirados por Deus em nossos dias e para a nossa geração! O mundo precisa da nossa voz! Das nossas letras! Da nossa ministração! Pois “como ouvirão, se não houver quem pregue?” (Romanos 10:14) Vamos dizer o “eis-me aqui, envia-me a mim”? Nossa parte, como enviados do Pai, é falar, pregar, viver, evangelizar... Eles, ouvindo ou não, crendo ou não, daí é tudo depois a parte de Deus: dar o convencimento para arrependimento, dar o crescimento para a edificação do Corpo ou com justo juízo conceder a cada um segundo as suas decisões. Por isso Ele perguntou: “Serpentes! Raça de víboras! Como vocês escaparão da condenação ao inferno?” (Mateus 23:33) E pensa que com esta “bronca” eles se tocaram? Pior que não!
“Quando Jesus saiu dali, os fariseus e os mestres da lei começaram a opor-se fortemente a ele e a interrogá-lo com muitas perguntas, esperando apanhá-lo em algo que dissesse.” (Lucas 11:53,54) No fim, eles que mereceram apanhar!
Compartilhei minha 42ª semana de 2023
Marina M. Kumruian

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