sábado, 19 de agosto de 2023

33/2023 - O GRÃO DE TRIGO

 Série: “OS 4 EVANGELHOS EM 1”

33/2023 - O GRÃO DE TRIGO 


Aqui vai mais uma parabolazinha que não foi analisada na série das parábolas de 2019. Então vamos abrir em João 12:23-36 destacando a alegoria do verso 24: “Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto.”  


Agora a interpretação para a realidade no verso 25: “Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna.” 


E a aplicação pessoal no verso 26: “Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará.” 


Antes de prosseguir, sugiro um exercício: PARE (se não tiver tempo disponível para parar agora, retome em outro momento de qualidade); ORE (peça para o Espírito Santo abrir os olhos do seu coração e iluminar o seu entendimento espiritual para o que esta passagem realmente quer te dizer e te transformar); RESPIRE FUNDO E LEIA DE NOVO BEM PAUSADAMENTE (se não “acender” nenhuma luzinha nova, releia outras vezes... até...).


Até queimar o coração! Porque esta é uma das passagens mais “quentes” e mais “claras” do Evangelho! Dentro do contexto, entendemos que Jesus foi este “grão de trigo” que “caiu” do céu para a “terra” como aquele grão de feijão de uma estorinha de infância que cresceu tanto que ligou a terra com o céu! Mas para isso o grão de trigo teve que morrer, e esta morte, mesmo para Jesus, também foi um sacrifício doloroso como Ele mesmo demonstrou nos versos seguintes: “Agora meu coração está perturbado, e o que direi? Pai, salva-me desta hora? Não; eu vim exatamente para isto, para esta hora. Pai, glorifica o teu nome!” Jesus foi tentado a “escapar” desta hora quando no deserto Satanás tentou despertar o amor de Jesus pela sua vida neste mundo oferecendo todos os reinos da terra... ou quando usou Pedro para fazê-lo mudar de ideia achando que Jesus estava odiando demais a sua vida... ou quando o próprio João tenta Jesus a fazer descer fogo do céu para consumir “aquela hora”... na verdade até o próprio Jesus tentou pedir a salvação “dessa hora” tanto aqui como lá orando “se possível, passa de mim este cálice”, de tão difícil que é esta hora da morte, esta renúncia, esta entrega sacrificial. Mas ainda bem que Ele não só sabia que veio “exatamente para esta hora”, como glorificou o Pai “nesta hora”! E foi aí que Ele foi glorificado também! Não ficou Ele só! Morrendo, Ele deu muitos frutos!


A colheita de filhos que Jesus produziu para o Pai está rendendo até hoje, mais de dois mil anos nos quais mais de milhões e de milhares de frutos estão sendo produzidos, colhidos e saboreados por todo o mundo como ninguém jamais produziu! No entanto, esta parábola fala de Jesus, sim, mas tem sua aplicação pessoal para cada um de nós que fomos atraídos à Ele (v: 32) e que sentimos o coração queimar enxergando a luz deste exemplo que veio para ser seguido.


Disse-lhes então Jesus: “Por mais um pouco de tempo a luz estará entre vocês. Andem enquanto vocês têm a luz, para que as trevas não os surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo. Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz.” (v: 35-36) Como filhos da luz, nós temos que andar na luz, seguindo a luz de Jesus. Leia mais uma vez agora o verso 26: “Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará.” Se não seguirmos Jesus, não servimos para servir! E se quisermos segui-Lo, temos que morrer para viver, perder para achar, seguir a mesma instrução que Jesus repetiu em Mateus aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará.” (Mateus 16:24,25)


O princípio da vida mediante a morte, tão claro no mundo vegetal, precisa ser também esclarecido, aprendido e vivido no mundo espiritual por tantos grãos de crentes que estão amando tanto esta vida e permanecendo sós, sem frutos para a eternidade, sem vida em abundância. Com o medo desta “morte” de grão, deixam de gozar da vida de árvore! Amando a vida de grão intacto, parecem odiar a vida eterna do fruto! Esperam ser exaltados e glorificados no céu sem passar pelo humilde caminho da cruz. Não basta só confessar a Jesus, é preciso negar-se a si mesmo, porque não se pode sentar dois reis no mesmo trono dos nossos corações!


Compare Jesus que deu (“perdeu”) a própria vida como pagamento em resgate de muitos, em contraste com Judas que “ganhou” o pagamento de 30 moedas de prata por amar a sua vida mais que a vida do seu Mestre. Ele não quis seguir Jesus, não serviu para servir, não aceitou negar-se a si mesmo o lucro terreno e temporário, não tomou a sua cruz para morrer e produzir vida, assim ele ficou ele só, não prosseguiu nos Atos dos Apóstolos e perdeu-se na vida, perdeu a vida!

  

Compartilhei minha 33ª semana de 2023


Marina M. Kumruian

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