Série: “OS 4 EVANGELHOS EM 1”
48/52 – BLASFÊMIA!
O estudo da semana passada mexeu muito comigo. Gostaria de ter desenvolvido mais do que o Senhor colocou no meu coração em relação à “propaganda enganosa”. Se há algo que tenho pavor é de ser enganada. E o quadro desta semana não está diferente da passada, por isso fico feliz em poder destrinchar um pouco mais este assunto dando continuidade de onde paramos nas referências de Mateus 26:57-68; Marcos 14:53-65 e Lucas 22:63-71.
Prenderam Jesus e o levaram a Caifás, o sumo sacerdote, em cuja casa estavam reunidos novamente “os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes religiosos”. Deste 1º grupo, os religiosos, era de se esperar um julgamento justo e verdadeiro como o Deus que professavam crer e seguir, como a Lei e os Profetas que tanto eles estudavam a respeito do Messias. Deduz-se que ninguém melhor que eles para dar o veredito confiável sobre a autentica identidade do Cristo. Mas que pena, justo eles não reconheceram o Ungido de Deus e o trataram como um impostor. Isto sim foi BLASFÊMIA!
Em seguida, diz-se que “Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote, entrou e sentou-se com os guardas esquentando-se junto ao fogo, para ver o que aconteceria.” Pedro representa outra vez o 2º grupo, dos discípulos, dos quais muito mais ainda se esperava uma defesa incontestável da procedência de Jesus, uma vez que o seguiram de tão perto por 3 anos. Mas, infelizmente, estes também o abandonam, o traem, o negam e se afastam. Uma BLASFÊMIA!
Eles então procuram depoimentos contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte. “Mas nada encontraram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas, mas as declarações delas não eram coerentes.” Este 3º grupo representa a multidão, o povo que tanto também viu e ouviu de Jesus tudo o que comprovaria a legitimidade do Cristo. Mas, lamentavelmente, também movidos pela pressão, não temeram usar de BLASFÊMIA!
Traduzindo em outras palavras, blasfêmia é toda “palavra, expressão ou afirmação que insulta ou ofende o que é considerado digno de respeito ou reverência.” É exatamente isso que estava acontecendo neste cenário e em tantos outros do nosso dia a dia. Lastimavelmente homens justos são indevidamente condenados como injustos. Atitudes impróprias são vergonhosamente consideradas apropriadas. Coisas profanas estão sendo inconvenientemente tidas como santas. E vice-versa! Eu mesma, confesso, quantas vezes fiz mau juízo de pessoas que julguei só pelas aparências e me enganei. E quantas coisas devo ter aprovado na minha ignorância que por falta de discernimento deveria ter rejeitado.
Volto a propor como o amigo Eliú: “Tratemos de discernir juntos o que é certo e de aprender o que é bom.” (Jó 34:4). Oremos como o rei Salomão: “Dá, pois, ao teu servo um coração cheio de discernimento para governar o teu povo e capaz de distinguir entre o bem e o mal.” (1 Reis 3:9) E busquemos ser a geração de sacerdotes “que ensinarão ao meu povo a diferença entre o santo e o comum e lhe mostrarão como fazer distinção entre o puro e o impuro.” (Ezequiel 44:23)
Entretanto, o sumo sacerdote aqui da nossa história não tinha esta capacidade, e como Jesus guardava silêncio diante das acusações, ele explodiu dizendo: "Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito, diga-nos".
Depois deste ultimato veja o triste e confuso desfecho que transformou uma dúvida desajustada em uma certeza desacertada:
"Sou, tu mesmo o disseste", respondeu Jesus. "Se eu vos disser, não crereis em mim e, se eu vos perguntar, não me respondereis. Mas eu digo a todos vós: chegará o dia em que vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu". Perguntaram-lhe todos: "Então, você é o Filho de Deus?" "Vós estais dizendo que eu sou", respondeu ele. Foi quando o sumo sacerdote rasgou as próprias vestes e disse: "Blasfemou! Por que precisamos de mais testemunhas? Vocês acabaram de ouvir a blasfêmia. Que acham?" Eles responderam: "É réu de morte!"
BLASFÊMIA! O maior engano da História! O julgamento mais equivocado do Planeta! A sentença mais injusta da Humanidade! Sabemos que era necessário que este escândalo acontecesse, mas ai daqueles por meio dos quais ele aconteceu!
Que Deus nos livre e guarde destes enganos e destes enganadores! Que nunca sejamos nós estas “falsas testemunhas”! Que nossas convicções estejam certas e bem firmadas no verdadeiro discernimento divino, pois só Deus conhece os corações e as intenções mais ocultas! Que saibamos claramente quem Ele é, quem somos nós e quem são os que nos rodeiam.
Compartilhei minha 48ª semana de 2023
Marina M. Kumruian
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