sábado, 4 de fevereiro de 2023

05/52 – PROFETA DE CASA

 Série: “OS 4 EVANGELHOS EM 1”

5/52 – PROFETA DE CASA


Passando nosso “pente fino” pelos próximos capítulos de onde paramos, constatamos que muitos dos temas deste intervalo já foram abordados nas outras séries. Passamos então da fase inicial, do pré-natal do menino Jesus lá no início dos Evangelhos, e agora já entramos na fase adulta de Jesus, nos primeiros períodos do seu ministério na Galiléia! Vamos dar um salto lá para Lucas 4, quando “Jesus voltou para a Galiléia no poder do Espírito, e por toda aquela região se espalhou a sua fama. Ensinava nas sinagogas, e todos o elogiavam.” (v:14,15). E como seria bom imaginar que Ele teria sido assim super bem aceito e elogiado, afinal “Todos falavam bem dele, e estavam admirados com as palavras de graça que saíam de seus lábios. Mas...” (v:22) Ah... lá vem  novamente os “mas”... os “poréns”!! 


“Mas perguntavam: ‘Não é este o filho de José?’” Como Jesus era Galileu, Nazareno, todos ali conheciam sua mãe, seu pais, seus irmãos... Não fazia sentido para eles o filho do carpinteiro ter todo aquele conhecimento, todo aquele poder! Jesus percebe essas suspeitas e desabafa: “É claro que vocês me citarão este provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo!’ Faze aqui em tua terra o que ouvimos que fizeste em Cafarnaum’. Continuou ele: ‘Digo-lhes a verdade: Nenhum profeta é aceito em sua terra’.” (v:23,24) João confirma isto também quando declara que “nem os seus irmãos criam nele.” (João 7:3-5) Triste, né? Mas é a pura realidade ainda nos nossos dias! Sabe aquela “cultura” de só valorizar o que é importado? Ou tipo aquele famoso ditado: “Santo de casa não faz milagre”! Faz sim! Tem honra sim!

 

A experiência vivida por Jesus comprova o quanto isso é desfavorável para uma família que não considera as “pratas da casa” como seu tesouro mais precioso, para uma igreja que menospreza os dons e talentos do seu próprio rebanho caçando virtudes de outros apriscos, para uma empresa que contrata estrangeiros ao invés de promover os funcionários mais experientes, e até para a nação que leva à falência suas próprias indústrias por conta da importação super valorizada e da exportação mega tarifada! Perdemos o bem doméstico, desencorajamos os potenciais internos, ameaçamos as riquezas nacionais por puro preconceito, na verdade, por um conceito impuro, pretencioso, equivocado!


Jesus cita ainda outros exemplos para elucidar melhor esta tragédia: “Asseguro-lhes que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu foi fechado por três anos e meio, e houve uma grande fome em toda a terra. Contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, senão a uma viúva de Sarepta, na região de Sidom. Também havia muitos leprosos em Israel no tempo de Eliseu, o profeta; todavia, nenhum deles foi purificado: somente Naamã, o sírio.” (v:25-27) 


Pensa se uma pobre viúva de Israel concordaria em dar seu último bocado para Elias arriscando morrer de fome ela e seu filho? Pensando assim, as viúvas, os pobres e necessitados de Israel ficaram sem a provisão do milagre divino que poderiam receber do seu profeta conterrâneo. Verdade que Naamã também titubeou na crença do processo de cura de Eliseu, mas depois obedeceu e recebeu a bênção que os leprosos nativos de Israel talvez deixaram passar!


Jesus citou estes exemplos longínquos do Antigo Testamento, no entanto, Ele mesmo presenciou a fé no Centurião de Cafarnaum “que nem mesmo em Israel achou tamanha fé.” (Mateus 8:10) Esta seria uma convincente explicação de porquê Jesus não fez aqui na terra dele “o que ouvimos que fizeste em Cafarnaum". (v:23) Lembram o que aconteceu em outra ocasião quando Ele visitou sua cidade? “Jesus lhes disse: ‘Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra’. E não pôde fazer ali nenhum milagre, exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los. E ficou admirado com a incredulidade deles. Então Jesus passou a percorrer os povoados, ensinando.” (Marcos 6:4-6) Já explorei bastante estas ocorrências em outras séries, mas ainda esta questão persiste!


Que a começar em mim, na minha casa, eu dê honra ao profeta que dorme ao meu lado, eu considere a autenticidade do meu descendente missionário que come à mesa comigo, assim como eles devem valorizar a professorinha poética do lar que eles abraçam dentro de casa! Deus nos escolheu intencionalmente e estrategicamente nos posicionou em tempos e espaços juntos com pessoas que tem exatamente o que precisamos, e precisam justamente do que nós temos! 


O que se “importa” com as riquezas internas do seu mais próximo, não precisa exportar o que não importa! 


Valorize o que é seu! 


Compartilhei minha 5ª semana de 2023


Marina M. Kumruian

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