Série: “OS 4 EVANGELHOS EM 1”
25/52 – AUMENTA A NOSSA FÉ
Terminei a reflexão da semana passada deixando um gostinho de quero mais, lembra? Pois é, ainda não estava satisfeita com a conclusão do assunto, e nem tenho a pretensão de agora também esgotar os comentários. Mas Deus me preparou mais algumas observações a respeito na passagem que já estava reservada para a sequência de hoje. Não me pergunte por que a sequência andou pra trás porque eu não saberia dizer, mas a “bagunça” da minha lista até que foi providencial.
Só para tentar melhor ordenar os fatos, o capítulo 9 de Marcos começa com a Transfiguração de Jesus no Monte presenciada apenas por Pedro, Tiago e João. Quando eles descem, encontram os outros discípulos em uma situação constrangedora não podendo expulsar o demônio do filho de um homem que veio pedir socorro. Jesus então intervém e repreende o espírito imundo do menino e o entrega liberto e curado ao seu pai. Daí chegamos ao texto de hoje:
Depois de Jesus ter entrado em casa, seus discípulos lhe perguntaram em particular: “Por que não conseguimos expulsá-lo?” Ele respondeu: “Por que a fé que vocês têm é pequena.” Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!”
Ele respondeu: “Se vocês tiverem fé como uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: ‘Arranque-se e plante-se no mar’, e ela lhes obedecerá. (...) poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível. Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum.” (Mateus 17:19-21/Marcos 9:28-29/Lucas 17:5,6)
Foi aí então, depois de mais alguns versos adiante com outros ensinamentos de Jesus, que João toca no assunto do outro homem, o qual, na sua ostentosa opinião, embora tivesse fé o bastante, maior que a deles próprios, para expulsar demônios como estava fazendo, deveria ser proibido simplesmente por “não ser dos nossos”. Agora, descortinando a sequência dos fatos na ordem correta dos ocorridos, fica ainda muito mais incoerente ver um discípulo querer proibir outro de fazer justamente aquilo que os próprios “dos nossos” não conseguiram fazer por falta de fé! Parece que estamos começando a desmascarar a indevida pretensão do queridinho João. Será que ele já estava se achando no poder de proibir ou autorizar “os que não eram dos nossos” só porque subiu a uma condição privilegiada de estar no monte com Jesus onde outros não estavam? Será que ele, como nós também, não deveria, pelo contrário, considerar que outros estejam exercendo uma fé eficaz mais operante que a nossa justamente por estarem no anonimato humilde e solitário de quem simplesmente crê e confia no Nome que está sobre todo nome, com uma pequena, porém poderosa fé que cura e liberta? Estou começando a acreditar que agora chegaremos a uma conclusão verdadeiramente satisfatória!
Adam Clarke também comentou que “existem alguns que são tão escandalosamente casados com seu próprio credo e sistema religioso que preferem que os pecadores pereçam do que permitir que aqueles que diferem deles se tornem os instrumentos de sua salvação. Mesmo o bem que é feito, eles negam ou suspeitam, porque a pessoa não os segue. Isso também é vaidade e uma doença maligna.” Qualquer semelhança não é mera coincidência não! Vamos nos corrigir deste sectarismo nocivo à expansão do Reino de Deus e, se não apoiar, ao menos não prejudicar a fé alheia.
Se a fé é em Deus... se o nome usado é o de Jesus Cristo... e se é pelo dom do Espírito Santo, então é a Trindade que será glorificada propiciando o milagre! Cabe a nós pedir como os discípulos pediram: “Aumenta a nossa fé!” Ou como suplicou o pai do garoto endemoninhado: “Ajuda-me a vencer a minha incredulidade!” Para que assim os milagres sejam operados para a glória de Deus confirmando com estes sinais as palavras de fé que temos pregado! Que tanto nós, os discípulos “dos nossos”, como eles, os discípulos que “não são dos nossos”, possamos ajudar os carentes e necessitados a receberem de graça e pela graça, mediante a fé, o prognóstico para cada um dos seus diagnósticos, a despeito das nossas tradições! Agora sim concluí bem, arrematando perfeitamente de uma só vez as nossas últimas 4 semanas de reflexão.
Desta maneira aumentaremos não só a nossa fé, mas o nosso amor também, porque estaremos aumentando as fileiras dos que não são contra nós, mas a favor de nós, dos que não espalham, mas ajuntam, abrindo espaços ainda maiores e melhores para todos exercerem a medida da fé que Deus repartiu a cada um de nós!
“Pois pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.” (Romanos 12:3) Amém?
Compartilhei minha 25ª semana de 2023
Marina M. Kumruian