Série: “OS 4 EVANGELHOS EM 1”
37/2023 – A AUTORIDADE DE JESUS
Jesus realizava “coisas” próprias de gente de alto cargo de autoridade, embora, oficialmente, não tivesse nenhum título delegado por autoridades humanas para legitimar suas ações, como pelo Sinédrio ou mesmo pelo Governo. Sua autoridade era, definitivamente, divina, celestial, proveniente do Alto, do mais alto escalão do Reino de Deus!
Isto intrigava os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes religiosos ao verem Jesus não só colocando ordem no Templo com tanta autoridade e ousadia, como também por ouvirem este Mestre ensinar ainda mais e melhor que eles mesmos, pois Jesus “ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.” (Mateus 7:29) Jesus, literalmente, “se sentia em casa”, à vontade na Casa do Pai, de quem era Filho! Seu íntimo relacionamento com o Dono da Casa dava-Lhe esta total liberdade de fazer todas aquelas coisas sem constrangimento ou temor. Ele bem sabia qual era sua autoridade e de onde ela vinha. Quem não sabia teve que perguntar. Porém, com todo respeito, duvido que sinceramente queriam mesmo saber!
Conhecendo as “figuras”, creio que estavam é, mais uma vez, formulando outras “pegadinhas” para encontrar uma razão pela qual pudessem acusar Jesus de blasfêmia e condená-lo à morte. Aliás, este fato ocorreu já nas últimas semanas de vida de Jesus e, mais especificamente neste capítulo 20 de Lucas, ele enfrenta, no mínimo, 5 grandes discussões cheias de controvérsias entre eles. Esta é apenas uma delas. Então vamos acompanhar a leitura:
Seguindo a nossa sequência de Mateus 21:23-27; Marcos 11:27-33 e Lucas 20:1-8, lemos que eles “Chegaram novamente a Jerusalém e Jesus entrou no templo e, enquanto ensinava e pregava as boas novas para o povo, aproximaram-se dele os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes religiosos e perguntaram: ‘Com que autoridade estás fazendo estas coisas? Quem te deu tal autoridade para fazê-las?’ Respondeu Jesus: ‘Eu também lhes farei uma pergunta. Se vocês me responderem, eu lhes direi com que autoridade estou fazendo estas coisas. De onde era o batismo de João? Do céu ou dos homens? Digam-me!’ Eles discutiam entre si, dizendo: ‘Se dissermos: “do céu”, ele perguntará: “Então por que vocês não creram nele?” Mas se dissermos: “dos homens”, todo o povo nos apedrejará, porque convencidos estão de que João era um profeta" [* Cf. Mt. 11:9 e 14:5]. Por isso responderam a Jesus: ‘Não sabemos de onde era’. Disse então Jesus: ‘Tampouco lhes direi com que autoridade estou fazendo estas coisas’.”
Muitas vezes também questiono algumas práticas de certas pessoas querendo discernir se elas são mesmo de Deus ou do Diabo, porque para mim eram mais estes dois polos que definiam se algo era bom ou mal. Mas gostei da forma como Jesus perguntou. Hoje, prestando mais atenção, vi que Ele coloca um terceiro plano entre estes dois extremos, não como eu, só jogando a responsabilidade para o céu ou para o inferno, para o alto ou para baixo, para a Luz ou para as trevas... Jesus sabe que há um nível intermediário significativamente preocupante, sutilmente perigoso: o nível humano, “dos homens”, da terra, da carne, do natural... semelhantemente alarmante! No entanto, enquanto estamos somente preocupados em filtrar as ações malignas, descaradamente assinadas e assumidas por Satanás, acabamos deixando passar as obras da carne disfarçadas de religiosidade piedosa, que proveito algum pode trazer a não ser, quando muito, um impacto passageiro e superficial. Como bem explica Tiago em sua carta: “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.” (Tiago 3:15 e 17) Interessante!
Vemos nos líderes religiosos um nítido espírito faccioso cheio de inveja trazendo perturbação para Jesus! Inveja justamente da Sua Autoridade e da boa utilização dela, coisa que eles também deveriam fazer, mantendo a boa ordem e a boa doutrina no Templo ao invés de negociarem estes valores divinos em troca de lucros terrenos. Além do mais, a repercussão positiva que Jesus estava gerando, muito mais ainda ameaçava a credibilidade das autoridades sacerdotais.
Agora, observando a resposta de Jesus com outra pergunta, fica claro que Sua intenção era provar que nada adiantaria eles saberem a verdade sobre Jesus, uma vez que, sequer, tinham coragem de se posicionar de acordo com o que mal sabiam sobre João. Jesus realmente usou de uma bem humorada sabedoria do alto e os deixou embaraçosamente por baixo!
Compartilhei minha 37ª semana de 2023
Marina M. Kumruian
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